
O poema que segue é da autoria de Alfredo Rossetti, e consta de seu livro Dia de chuva.
Versos para quem me ama
Não veja apenas a infrutescência
de minha vida. O vago, o corriqueiro,
onde há o céu sem astros,
o opaco.
Não se sirva somente da iguaria falsa
e inapetente,
usada apenas onde não engrinaldam
nossas videiras.
Entranhe por raízes que,
expostas ou não, bramam por servir
aos laços mais proximais
em doações benfazejas, como a do amor.
Deixe o olhar assimétrico
incapaz de alumiar caminhos fortunosos,
os que dirigem às escarpas por vezes ruidosas
mas de constante semear.
Aproveite à desmedida
o farto amostral em oferta de um coração poeta.
De um espírito sequioso
em afugentar as dores de sombras.
Eu estou me oferecendo,
desconhecido e congruente,
não querendo ser mais de um,
e ter a face clara a formar uma lembrança:
de um ser que realmente existiu.
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