Tatiana e Teresa
que tontas que são
as grandes proezas
das duas princesas
é televisão.
Manhã bem cedinho
Teresa e Tatiana
saindo do ninho
vão pôr o focinho
na tela que engana.
Bonecas tão belas,
presentes da tia,
tristonhas, singelas,
sem vida, amarelas,
nenhuma alegria.
A um canto jogadas
sem nunca brincar,
as roupas rasgadas,
enquanto as safadas
não saem do lugar.
Chicote-queimado
talvez cabra-cega
um jogo de dado
com muito cuidado
A dupla renega.
O sol não conhecem
nem mesmo o jardim.
Coitadas, padecem
e a vida aborrecem
é um tédio sem fim.
As duas, da vida,
só sabem aquilo
que a tela querida
revela garrida
um mundo tranqüilo.
Adoro as meninas
e nem sei por quê,
pois são tão cretinas
que cansam as retinas
olhando tevê.
Quanta sensibilidade para a leitura desse nosso mundo em que a TV e a tecnologia substituem a interação entre as pessoas de todas as idades, mas, principalmente, a felicidade de compartilhar brincadeiras com amigos na infância. Recentemente, reencontrei amigos que não via há mais de 40 anos... lembramo-nos de que uma de nossas brincadeiras preferidas era "batizar"" plantas e flores de acordo com formas, cores, o perfume que exalavam. Que criança faria isso hoje? Adorei o poema!
ResponderExcluirObrigado, Maria Silvia, mas é preciso resistir.
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