domingo, 11 de outubro de 2015

POEMA INFANTIL

Queridas priminhas

Tatiana e Teresa                     
que tontas que são
as grandes proezas
das duas princesas
é televisão.

Manhã bem cedinho
Teresa e Tatiana
saindo do ninho
vão pôr o focinho
na tela que engana.


Bonecas tão belas,
presentes da tia,
tristonhas, singelas,
sem vida, amarelas,
nenhuma alegria.

A um canto jogadas
sem nunca brincar,
as roupas rasgadas,
enquanto as safadas
não saem do lugar.

Chicote-queimado                                         
talvez cabra-cega
um jogo de dado
com muito cuidado
A dupla renega.

O sol não conhecem
nem mesmo o jardim.
Coitadas, padecem
e a vida aborrecem
é um tédio sem fim.

As duas, da vida,
só sabem aquilo
que a tela querida
revela garrida
um mundo tranqüilo.


Adoro as meninas
e nem sei por quê,
pois são tão cretinas
que cansam as retinas
olhando tevê.


2 comentários:

  1. Quanta sensibilidade para a leitura desse nosso mundo em que a TV e a tecnologia substituem a interação entre as pessoas de todas as idades, mas, principalmente, a felicidade de compartilhar brincadeiras com amigos na infância. Recentemente, reencontrei amigos que não via há mais de 40 anos... lembramo-nos de que uma de nossas brincadeiras preferidas era "batizar"" plantas e flores de acordo com formas, cores, o perfume que exalavam. Que criança faria isso hoje? Adorei o poema!

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  2. Obrigado, Maria Silvia, mas é preciso resistir.

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