Língua negra, Rio
30 graus
(Antonio Carlos Secchin)
(Antonio Carlos Secchin)
Bem
longe explode em preto
a
pele cósmica de uma estrela,
aqui
arde em silêncio
a
pele grossa de uma vela.
Negra
é a língua que se enreda
Negra,
negra língua,
com
seu gosto de esgoto e de quimera.
Língua
que se desfaz, liquefeita,
na
cachaça trôpega dos bares da favela.
Língua
que ao pó retorna, heroína
celebrada
na veia aberta das vielas.
Passos
que galopam para o abismo,
expulsando
a pontapés a primavera.
Um
fio de luz desmancha o frio.
Anoitece
no Rio de Janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
http://twitter.com/Menalton_Braff
http://menalton.com.br
http://www.facebook.com/menalton.braff
http://www.facebook.com/menalton.braff.escritor
http://www.facebook.com/menalton.para.crianças