domingo, 6 de março de 2016

POEMA INFANTIL

Voando
                                                                                                      
Lá no Sul se diz pandorga -
nome estranho, esquisito,
como aspargo, expurgo ou sirgo.
De papel, do mais bonito,
navega no céu azul
no silêncio do infinito
e só um barbante a segura
às mãos de um menino aflito.

Onde eu moro se diz pipa
nome certo, verdadeiro,
como apupa o papa à popa.
De papel, voa ligeiro
contra o vento, pelo espaço.
Fica olhando o mundo inteiro
e só um barbante a segura
às mãos de um menino arteiro.

Em São Paulo ela é quadrado
nome comum, mas gostoso,
como entrudo, e entrada adrede.
De papel, do mais vistoso, 
balouça lá nas alturas.
Seu olhar é pressuroso
e só um barbante a segura
às mãos de um menino ansioso.

Alhures é papagaio
nome de um bicho, por certo,
como caio em meio a maio.
De papel, de longe ou perto,
viaja no azul do céu
nadando em seu rumo incerto
e só um barbante a segura
às mãos de um menino esperto.

Seu nome é pandorga ou pipa,
é papagaio ou quadrado.
De papel, linha e varetas
quem solta não fala errado
Outros nomes poderão
brilhar no céu estrelado.
Mas só um barbante a segura
às mãos de um menino alado.


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