quarta-feira, 8 de junho de 2016

CANTIGAS DE AMIGOS

Mirante
(Poema do livro Arabescos, de Mário Massari)

Da estrutura arcaica dos                                                            

meus versos mal paridos
brotam sonâmbulos caracóis
que enrodilhados no próprio destino
quedam-se sob um
céu em queda livre.

Os lábios ressequidos
sugerem a unificação da linguagem
eis que numa inversão de valores
a pedra sobrepõe-se ao limo
impedindo a floração
de sempre-vivas desorientadas.
E a fala oculta e estratégica
abriga-se sob luz distorcida
escondendo grotescas caricaturas
de estatuetas disfarçadas.
E do ventre imaculado
da dignidade presumida

do mirante que me permite
visualizar faces longínquas
observo o aborto espontâneo e fatídico
de impolutas lágrimas pervertidas.




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