APRENDIZADO
para meu pai
Caiu no mar tem que
nadar
murmurava meu pai
marinheiro
tirando um bagre do
anzol
um cigarro do bolso
traseiro
Eu, sabedor de nada
azeitava o eixo do
sol
sonhando um dia
conquistar
o meu lugar à
sombra
E o mar era tão
grande!
E a minha
imaginação
tamanha
quebrava além da
arrebentação
no redemoinho de
uma música
estranha
Anda,
moleque, recolhe essa rede
Era o pai me
fisgando o olhar
E eu seguia suas
grossas pegadas
pelos rasos
caminhos de areia
ouvindo as ondas a
murmurar
como o canto de uma
sereia:
Caiu no mar tem que
nadar...
Caiu no mar tem que
nadar...

*Claufe Rodrigues é poeta e jornalista, editor do programa Espaço aberto de Literatura na Globonews.
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