Foi uma mulher que me deu o seio, por onde sorvi a vida; foi ela que, logo depois, me emprestou o ombro, onde busquei muitas vezes consolo. Foi também uma mulher, se bem que em botão, que me tirou o sono e o apetite, mas que me fez esperar ansiosamente pelo momento de chegar à escola. Foram muitas mulheres que me descortinaram o mundo, com seus mistérios, com suas
misérias,
com suas equações, definições, com seus concertos e desconcertos, mas sobretudo
com sua humanidade. É ainda hoje uma mulher, que me acompanha, me dá coragem,
me infunde um imenso desejo de continuar a viver, me enlaça, me abraça e me faz
feliz.
Não foi à toa que aquele povo de mercadores tão dado ao pensamento
e à reflexão - o povo grego - sempre considerou a Terra uma mulher - a mãe
terra; e quando se referia aos produtos com que a natureza nos sustenta,
procurava simbolizar isso tudo com deusas, tão mulheres quanto as nossas.
Curvo-me respeitoso, nesta homenagem, ante tanta beleza, graça, delicadeza, sensibilidade - um nome só: Mulher.
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