(Virgínia Finzetto*)
outro dia eu engoli um espelho
queria que minha dor se visse ali, cara a cara
para que depois pudesse se traduzir
ao mundo guiado pelas aparências
no íntimo, nós nos entendemos
pneumática, ora alojada na boca do estômago,
ora agarrada às minhas costelas flutuantes
vez ou outra, ela desaparece
na troca com o ambiente, disfarçada de alegria
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