Conto publicado na Antologia Solidária Barretos
“Nas rédeas do tempo”
(Adalgisa Borsato)
Nasci em uma região onde “...o boi pasta tranquilo nas invernadas do amor”. Tudo era bom quando ainda era uma menina. Mas, como sabemos, existem as “Etapas”, passar por elas é “Inevitável” e aprender “É Preciso”.
A primeira coisa que mamãe me ensinou foram “Boas maneiras”. Quando entrei na escolinha rural aprendi “No reino da alegria”.
“A Caminhada” até chegar à escola eu passava por muitas “Emoções”, pois apreciava “Cenas” e “Contrastes” da vida rural, com “Momentos” Inesquecíveis”.
A distância até a escola era longa. Em minha imaginação infantil; ela parecia estar “Um pouco além do mundo”. Eu ia contando “Um, dois, três ... nada”, só restava “Sangue, suor, sono”.
Com os pés feridos de andar, lembrava-me a frase da professora: “A cidade unida vencerá a ferida”.
No caminho pude conhecer “O aviãozinho vermelho”, “O coelhinho cotó”, “O galo músico” e encontrei um “Espelho de Ilusões”, onde pude apreciar uma dança com “As pulgas”.
O tempo foi passando, conheci um tal de João, “João aos domingos”, “João pensa”, “João finge”. Ele só ficava “Pensando em educação”.
Compreendi que deveria ir “Em busca das razões”, pois me sentia jovem e livre.
Saí, sem destino, sob uma “Chuva miúda”; passei pelo “Porto coração de poeta”, dormi em lugares incomuns; uma casa velha, ouvi naquela noite cinzenta, um “Pingo de goteira” e uma “Voz”. Pensei: “Essa casa tem história”. Ao amanhecer, vi “Frutos caídos” e concluí que eram, “Messes de outono”. Eu também estava amadurecendo, tecendo “O filme de nossas vidas”. Lembrei-me de papai contando sua história de quando viajou “De Verona a Barretos”.
Segui minha viagem. Os arbustos batiam em minhas pernas cansadas, era só “Carrapicho”.
Quando eu queria crer que eram apenas “Momentos poéticos”, o vento forte apanhava a poeira e formava um “Espiral”, passando pela “Lavoura de infinito”. Ao entardecer, encontrei um “Ídolo de cedro” e o “Cavaleiro das Américas”. Senti “Saudades perpétuas do passado”, resolvi colocar o meu “Talento em ação”.
Segui para a cidade, deixando para trás “O histórico sertanejo”. Passei a ver a cidade, “Barretos aos olhos dos avós” e com os “Olhos d’alma”.
Precisava de outros estudos; tentei fazer o “Curso de direito processual coletivo”, mas me assustei ao conhecer o “Corpo de delito”.
Então, escolhi ver pela frente: “Poemas”, “Artigos jornalísticos”, “Sonetos”, “Poesias”, “Crônicas do meu Chão Preto”, “Contos e poemas” e “Letras musicais”. Um verdadeiro “Ego, em verso e prosa” ou uma “Poética em código aberto”.
Mas sabia que poderia, com meu trabalho, comprar “Um decavê para papai”, com a ajuda de “Dadaia e José Vidica”.
Consegui chegar ao “Coração de Barretos”, próximo ao “Marco Zero” e
descobri que deveria valorizar “Barretos de Outrora”.
Aonde cheguei, tudo parecia sobreviver “Por amor à Arte” e “Por amor à vida”; surpresa, me questionei: “Que teatro é esse?”
Feliz, estava “Descobrindo Barretos”.
Quais seriam então os “Caminhos”, depois de ter vivido tantos anos sentindo “O perfume dos laranjais”, junto a Helena e Vitória?
Eu precisava encontrar o “Código do bem”, fazer uma “Meditação”, ler “A Crônica da tarde do “Jornal O sertanejo”; reler os “Primeiros povoadores de Barretos”, enfim, fazer “De quase tudo um pouco” e ao mesmo tempo “Conviver socialmente”, apreciar o “Sol, estrela maior” e ter um feliz “Fim de noite”.
Minha vida passou a ser um “Coquetel de poesias”, um “Fuzuê mineiro”, uma “Aurora de cristal”, um “Labirinto”, um “Teatro vivo na escola”.
Mas, isso era bom, pois um dia não queria ter que contar as “Memórias de um vivente obscuro”, nem mesmo as “Memórias de uma cadelinha vira-latas”. Um dia, atravessando uma das ruas de Barretos, vi dependurado em frente a um escritório, um “Calendário de poemas, sonetos e trovas”.
Tive saudades da minha vida no campo, ter o “Onze de antigamente” e sentir uma “Gota de orvalho”.
Não queria ver meu “Rastro atrás” nem ficar na “Moratória”, nem perder-me na “Pedreira das almas”, muito menos morar na “Vereda da Salvação” onde poderia encontrar-me com “Marta, a árvore e o relógio”, pois poderia terminar como “Os ossos do Barão”.
Fiquei com medo de ter que dizer: “Nós, os mortos” e só restar “Pedaços de mim”.
Uma nova época surgiu em minha vida. Passei a conviver com livros, muitos livros; deixei para lá as “Asas da saudade”, o “Insólito carma”, a “Missa negra” e a “Estação segredo”.
Conheci “O mito sexual de uma época” que morava na “A casa verde da beira da linha”.
Foi então que apareceu “O amigo presente” e tirou-me daquele lugar sombrio deixando para trás “Um rosto atrás da porta”.
O amigo apresentou-me os: “Pequenos contos para crianças”, “O ratinho sonhador”, “O Ratinho detetive no circo”, “A árvore e o Gnomo”, “Os Sapos do Vovô Galdino” e “Eu, Capitão”.
Compreendi que “Somos o que sonhamos” e temos que tomar “A Providência” para sairmos do “Deserto de Luciana”.
Foi então que surgiu em minha vida uma pessoa que posso comparar a “Brilhantes rebeldes”, ou a “Fhilogônio, o revolucionário esquecido”. Mas também posso compará-la a “Paulo”, o santo. Enfim, essa pessoa me deixou aos “Farrapos”, seria preciso lapidá-la para que se tornasse mais uma “Entre
minha gente”.
Na cidade de Barretos, Os Independentes promoviam a Festa do Peão de Boiadeiro e surgiram livros sobre o assunto: “Rodeio, trilha de campeões”, “50 Anos de Festa”, “Rodeio, Raiz Nacional, Espetáculo Internacional”, “Queima do Alho” e “Cozinha Sertaneja”.
Foi então que, nessa época, nasceram: “O empresário dos bichos”, “O talismã das Amazonas”, “O Senhor morte” e o EMBRAC.
Teve Início “A história do Espiritismo em Barretos e região”. Afinal “Quem quer viver para sempre?”.
E o João que conheci começou a anotar tudo a sua volta, então indaguei: “Homem escreve Diário?”.
Alguém interessante, para mim, se mudou. Comecei receber suas cartas... “Nós, que trocávamos cartas de Amor”, todas impregnadas de “Perfume de amor”, então pedi a ele, “Nunca esqueceremos” – um do outro – pois, “Acima de tudo, o Amor”.
Tive uma amiguinha muito querida e inesquecível. Afirmei: “Para sempre Isadora”. Compreendi que é a “Vida que nos transforma”.
Estive com um jornalista que me apresentou: “O álbum do primeiro centenário de Barretos”, no qual haviam “Poemas” de barretenses.
Um dia, a saudade veio e fui visitar minha genitora; aproveitei para mostrar a ela “Quinze poemas e um soneto para minha mãe”. Percebi que ela estava “Cozinhando com amor” e que usava sempre “Otimismo em gotas”.
Nesse dia, senti as “Lembranças de uma infância feliz” e tive vontade de completar “80 anos, uma trajetória de vida”. Aproveitei para contar à mamãe que estava vivendo um “Amor em preto e branco”.
Retornando à cidade, conheci “Nidoval Reis, biografia de um poeta”, que me deixou atordoada com sua vida “Sob a sombra da desgraça”. Até fiz um curso de “Árabe-português, um estudo gramatical”.
Quando a vida se tornava difícil, eu percebia que estava com “Os olhos verdes da neurose” e corria para “Coletânea de textos do CEPYB”, me acalmava com “A flor do silêncio” e esperava, “Vendo a vida passar” e relendo os “Versos e reversos de minha alma”.
Voltava a me deliciar com: “As utopias românticas” e as “Raízes do riso”. Nada melhor que fazer renascer a “Chama”, lendo “O livro da intuição”; viver no “Retiro dos Deuses”, deixando rolar a “História que a vida descreve”... “Escrevendo”.
Procurei, então, conhecer a “Cidade de Maria”; rever as “Artes e Contrastes”; encontrar “Do vário tempo” e “À altura do Céu”.
“Fundamentos da mecânica” e “Cinemática” nunca foram minhas “Essências”, “Estações da alma”, nem “Transparência”. O que mais gosto: “Coquetel de poesias”, “Saracote” e “Antologia familiar”.
Quanto “A Trajetória” de minha vida, posso afirmar que, “Fiz! Porque qualquer um teria feito”.
Uma mistura de sentimentos brotam em mim ao ler os livros de escritores barretenses, a eles, deixo aqui, minha singela homenagem.
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