sexta-feira, 8 de novembro de 2019

CONTOS CORRENTES

REDONDILHA QUASE CAMONIANA
(Anderson Braga Horte)

Os olhos, tende-los verdes...
Tende-los frios, Senhora,
nestes, perdidos, que outrora
lhes encontravam calor.
Mas de assim frios os terdes
por que me espanto eu agora?
se é condição de olhos verdes
dar vida e matar de amor!

De assim magoado me verdes
não vos dói nenhũa mágoa?
Ai, tendes nos olhos frágua
e neve no coração.
Que, não contente de terdes
aos meus confundido em água,
furtai-los de aos vossos, verdes,
colher madura intenção.

Senhora dos olhos verdes,
do verde dos vossos olhos
fundei meus mares: escolhos!
sereias de me perder!
Ai, o bem que me quiserdes,
menina dos verdes olhos,
faria os meus olhos verdes
das cores do bem-querer!

Pois tendes os olhos verdes,
negra se faz minha história.
Por que em sua trajetória
meus olhos sempre estarão?
Cuidado! se me perderdes,
menor será vossa glória,
Senhora dos olhos verdes
e de verde coração!

Os olhos, tende-los verdes,
tende-los frios, Senhora.
Ai eu que os sonhava outrora
plenos de sumo e calor!
De frios assim os terdes
por que me espanto eu agora?
se é condição de olhos verdes
dar vida e matar de amor!...

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