A amizade entre Lúcio e Ricardo torna-se cada vez mais estreita ao ponto de já parecer ambígua. Eles andam pelas ruas e bulevares, pelos parques e jardins, frequentam cafés e restaurantes, mas sempre juntos. Nestes passeios, é a voz do poeta (Ricardo) a que mais se ouve.
É de Ricardo o testemunho em favor do progresso que transcrevemos abaixo:
Pág. 36 - "Entretanto, Lúcio, não creia que eu ame esta grande terra pelos seus bulevares, pelos seus cafés, pelas suas atrizes, pelos seus monumentos. Não! Não! Seria mesquinho. Amo-a por qualquer outra coisa: por uma auréola, talvez, que a envolve e a constitui em alma - mas que eu não vejo; que eu sinto, que eu realmente sinto e lhe não sei explicar!...
Só posso viver nos grandes meios. Quero tanto ao progresso, à civilização, ao movimento citadino, à atividade febril contemporânea!... Porque, no fundo, eu amo muito a vida. Sou todo de incoerências. Vivo desolado, abatido, parado de energia, e admiro a vida, entanto, como nunca ninguém a admirou!
Europa! Europa! Encapela-te dentro de mim, alastra-me da tua vibração, unge-me da minha época!...
Lançar pontes! Lançar pontes! Silvar estradas férreas! Erguer torres de aço!..."
E o seu delírio prosseguia através de imagens bizarras, destrambelhadas ideias:
- Sim! Sim! Todo eu sou uma incoerência! O meu próprio corpo é uma incoerência. Julga-me magro, corcovado? Sou-o; porém muito menos do que pareço. Admirar-se-ia se me visse nu..."
(CONTINUA)
É de Ricardo o testemunho em favor do progresso que transcrevemos abaixo:
Pág. 36 - "Entretanto, Lúcio, não creia que eu ame esta grande terra pelos seus bulevares, pelos seus cafés, pelas suas atrizes, pelos seus monumentos. Não! Não! Seria mesquinho. Amo-a por qualquer outra coisa: por uma auréola, talvez, que a envolve e a constitui em alma - mas que eu não vejo; que eu sinto, que eu realmente sinto e lhe não sei explicar!...
Só posso viver nos grandes meios. Quero tanto ao progresso, à civilização, ao movimento citadino, à atividade febril contemporânea!... Porque, no fundo, eu amo muito a vida. Sou todo de incoerências. Vivo desolado, abatido, parado de energia, e admiro a vida, entanto, como nunca ninguém a admirou!
Europa! Europa! Encapela-te dentro de mim, alastra-me da tua vibração, unge-me da minha época!...
Lançar pontes! Lançar pontes! Silvar estradas férreas! Erguer torres de aço!..."
E o seu delírio prosseguia através de imagens bizarras, destrambelhadas ideias:
- Sim! Sim! Todo eu sou uma incoerência! O meu próprio corpo é uma incoerência. Julga-me magro, corcovado? Sou-o; porém muito menos do que pareço. Admirar-se-ia se me visse nu..."
(CONTINUA)
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