O poema abaixo está na página 85 do livro Exercício do olhar, Tanussi Cardoso.
Urbe
para Luiz Horácio Rodrigues
uma louca corre pela rua
e ninguém ouve aquele corpo nu
ninguém sabe o que mostra o olho
faiscando insuspeitada luz
pés atravessam viadutos e dormem
em esquinas, subterrâneos, vãos
como um grito de Munch
pontes solitárias na cidade abandonada
a cidade não vê, não para
não há tempo para chorarmos nossos mortos
uma dor viva sangra entre dentes e gargantas
vômito que se limpa com a lama dos sapos
tambores ecoam nos verdes montanhosos dos sonhos
corações secos nos desvios
alguém jogado do último andar suja o parapeito
a orquestra noturna dos cachorros
o horror poluído dos rios corta vielas
tudo dói na cidade que nos sustenta e vela
quem, o culpado pelo inverno dos homens?
agônica, uma flor colore um sol desesperado
Urbe
para Luiz Horácio Rodrigues
uma louca corre pela rua
e ninguém ouve aquele corpo nu
ninguém sabe o que mostra o olho
faiscando insuspeitada luz
pés atravessam viadutos e dormem
em esquinas, subterrâneos, vãos
como um grito de Munch
pontes solitárias na cidade abandonada
a cidade não vê, não para
não há tempo para chorarmos nossos mortos
uma dor viva sangra entre dentes e gargantas
vômito que se limpa com a lama dos sapos
tambores ecoam nos verdes montanhosos dos sonhos
corações secos nos desvios
alguém jogado do último andar suja o parapeito
a orquestra noturna dos cachorros
o horror poluído dos rios corta vielas
tudo dói na cidade que nos sustenta e vela
quem, o culpado pelo inverno dos homens?
agônica, uma flor colore um sol desesperado
Meu caro Menalton, muito agradecido pela postagem do poema. Quanto mais, me vendo junto de tanta gente boa!Obrigado, amigo. E já sou mais um seguidor fiel. Abraços meus
ResponderExcluirO poema Urbe - de Tanussi Cardoso - é como uma ferida exposta. A voz do poeta ecoa como tambores, em nossa alma.
ResponderExcluirA poesia do Tanussi encontrou consonância nas cordas com que me expresso.
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