O poema abaixo, inédito, é de autoria do meu amigo Matheus Arcaro.
Mais uma tarde
O sol açoitava o dia.
Sobrava suor e sede.
Os
bichos insaciáveis,
Mais uma tarde
O sol açoitava o dia.
E nessa cidade ensandecida
(pela necessidade tecida às avessas)
a brisa tentava rasgar o véu de brasa
e a terra tentava cuspir o ser vil
que se viu como senhor da Terra.
e a vida tentava tentar.
(pela necessidade tecida às avessas)
a brisa tentava rasgar o véu de brasa
e a terra tentava cuspir o ser vil
que se viu como senhor da Terra.
e a vida tentava tentar.
Sobrava suor e sede.
sob o sol e os ternos
(eternos adversários)
Faziam do seu íntimo
um ato último.
Os últimos homens!
E sacudiam os braços
e buzinavam
sem saberem-se autofágicos.
(eternos adversários)
Faziam do seu íntimo
um ato último.
Os últimos homens!
E sacudiam os braços
e buzinavam
sem saberem-se autofágicos.
Já
grisalho,
o dia inventou o vento
que resvalou em alguns galhos
mas logo vestiu o capuz:
intimidou-se com o asfalto,
a falta de brandura,
com a gritaria,
com as gravatas engomadas.
o dia inventou o vento
que resvalou em alguns galhos
mas logo vestiu o capuz:
intimidou-se com o asfalto,
a falta de brandura,
com a gritaria,
com as gravatas engomadas.
A
noite, solidária,
abriu sua malha negra
E os animais não mais
viram os umbigos
(próprios e alheios)
E assim foi-se o dia: sem presente.
abriu sua malha negra
E os animais não mais
viram os umbigos
(próprios e alheios)
E assim foi-se o dia: sem presente.
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