domingo, 3 de novembro de 2013

POEMA INFANTIL

Voando

Lá no Sul se diz pandorga
nome estranho, esquisito
como aspargo, expurgo ou sirgo.
De papel, do mais bonito,
navega no céu azul
no silêncio do infinito
e só um barbante a segura
às mãos de um menino aflito.

Onde eu moro se diz pipa               
nome certo, verdadeiro,
como apupa o papa à popa.
De papel, voa ligeiro
contra o vento, pelo espaço.
Fica olhando o mundo inteiro
e só um barbante a segura
às mãos de um menino arteiro.


Em São Paulo ela é quadrado
nome comum, mas gostoso,
como entrudo, e entrada adrede.
De papel, do mais vistoso,
balouça lá nas alturas.
Seu olhar é pressuroso
e só um barbante a segura
às mãos de um menino ansioso.

Alhures é papagaio
nome de um bicho, por certo,
como caio em meio a maio.
De papel, de longe ou perto,
viaja no azul do céu
nadando em seu rumo incerto
e só um barbante a segura
às mãos de um menino esperto.

Seu nome é pandorga ou pipa,
é papagaio ou quadrado.
De papel, linha e varetas
quem solta não fala errado
Outros nomes poderão
brilhar no céu estrelado.
Mas só um barbante a segura

às mãos de um menino alado.

4 comentários:

  1. Menalton,

    sensacional o poema! Quando menino, em Pontal (próximo à cidade de Sertãozinho), papagaio era em forma de losango e pipa era o que aparece na foto acima. Tardes sensacionais de Agosto. O mais mágico da situação era quando a pipa ficava bem lá em cima, quietinha, tração constante ao barbante, como se sempre tivesse pertencido ao céu.

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