
O poema abaixo é assinado por
Antonio e Ilse (Antonio Calloni)
A
mulher dos trilhos
Tu
não és meu amor
porque vens falar comigo
com voz desonesta de homem
de fácil repertório
porque vens falar comigo
com voz desonesta de homem
de fácil repertório
porque tens o
medo
masculino da noite
e queres me salvar
Tu não és meu amor
porque como homem
não compreendes
meu sorriso subterrâneo
Tu não és meu amor
porque terias pavor
do monstro de ferro
a passar sobre ti no meio da noite
Eu
durmo e o trem passa sobre mim
porque o espaço é suficiente
e
minha noite é feita
de feitiços
Se acreditares em mim
posso te amar
se me amares
posso delicadamente te matar
se morrermos
podemos viver
amor meu
talvez em casa grande ou pequena
de feitiços
Se acreditares em mim
posso te amar
se me amares
posso delicadamente te matar
se morrermos
podemos viver
amor meu
talvez em casa grande ou pequena
em
paragens verdes ou de cores outras
mas
é necessária a primeira coragem
e
o risco é tão simples...
basta
deitar
basta
um pouco de repouso
para
seres meu amor
se
fosses um pouco mulher...
não
rias!
só
um pouco...
sem
perder músculos e pêlos
sem
perder teu rijo fascínio
sem
perder só ganhar
sem
ganhar só perder
vem
amor meu
e
me cobre viril
feito
reprodutor de raça
para
depois descansar tua
natureza
tão igual à de um touro
ou
de uma menina ainda não
desenhada
vem
amor meu
e
dorme comigo
feito
irmão
como
um santo
para
podermos sonhar
profundamente
e deixar que
o
trem passe feroz sobre nós
enquanto
dormimos abraçados
feito
dois anjos
para
depois do trem
acordarmos
como faunos
como
felinos
como
homem e mulher
vem amor meu
o risco é o repouso
e se quiseres
eu posso te amar...
Antonio
e Ilse (Antonio Calloni)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
http://twitter.com/Menalton_Braff
http://menalton.com.br
http://www.facebook.com/menalton.braff
http://www.facebook.com/menalton.braff.escritor
http://www.facebook.com/menalton.para.crianças