quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

CANTIGAS DE AMIGOS

 A ALGUMAS PESSOAS NÃO CABE O AMOR   
                                                   (Antono Luceni)          
         

A algumas pessoas não cabe o amor
não cabe amar.

Sentir o amor
desejar o amor
mas não amar.

Vivem a flertar
com o amor e seus satélites.

O amor de mãe
(da mãe que ama)
sublime e inexplicável amor;
amor despojado e gratuito,
assim: amor.

O amor de amigo,
de quem se toma emprestado
para nunca mais pagar.
Mas também o amor de amigo se vai
se casa
viaja para estudar noutro país
crescer profissionalmente.

O amor religioso,
Da benevolência,
Da fraternidade,
Da compaixão.
Esse, só dura o final de semana
até o relógio despertar para rotina da segunda-feira
ou quando a concha atinge o fundo da panela.

O amor de aluguel,
dos minutos contados e pagos:
um amor de puta
de garoto de programa;
varia conforme a inflação
e a procura de mercado.

Há seres que,
não sabemos bem a razão,
nascem pra viver, somente.
De um jeito ou de outro,
buscando a felicidade,
mas não para amar ou serem amados.

Outro dia passei por uma ruela
e vi dois cães que se cheiravam;
um lambia o sexo do outro
sem qualquer constrangimento.
Havia crianças por perto
Havia velhos por perto
Um bêbado na esquina, no bar,
observava a cena e ria.
Alguns meninos riam,
e cobriam o rosto de tanto rir.

¾ Entra pra dentro, menino!

E, a essa altura, um já estava
grudado no outro.
Não pelo amor,
mas pelo sexo.

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