(Lígia Freitas)
Com os olhos
vendados
Pela inocência de
uma criança,
Comecei a escrever
desde miúda,
Nos tempos que o
açuda
Demorava a
esvaziar.
Em cada verso uma
palmada,
A cada expressão
um sofrimento.
Esse não era o meu
intento.
Guardei as flores,
cheias de espinhos.
Desisti desse
caminho.
Mas o destino não
quis assim.
Era a fase da
maldade dentro de mim,
Do velho espelho,
espelho meu,
Daquelas difíceis
idades.
Eis que um
professor chegou e mudou a humanidade.
Ele era de corpo e
alma,
Com os óculos à
prova d água
E um jeito ligeiro
de pensar.
De canção em
canção fez o dó, ré, mi, fá,
De ditado em
ditado, ensinou-me a falar,
De oração em
oração, os poemas começaram a brotar.
De laços afetivos,
até no tilintar de uma reprovação,
Querido professor,
hoje eu lhe devo a redenção.
Procuro-te por
indicação da escritora Vanessa Maranha,
A quem delego essa
nobre façanha,
De colocar-me cara
a cara com o Senhor.
Enxugo aqueles
olhos marejados de adolescente,
E vou direto ao
ponto:
Não conto contos,
Não faço romances.
Gosto de rimas e
poemas,
Crônicas e
dilemas.
Estendo-te as
minhas mãos calejadas,
Dos idos tempos de
escola,
Como quem a ti
pedia uma linda canção.
Peço-te, em
verdade, um minuto da vossa bondade,
Um minuto da vossa
atenção.
Se um dia, a ti
prometi escrever com vontade,
Hoje te prometo
gratidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
http://twitter.com/Menalton_Braff
http://menalton.com.br
http://www.facebook.com/menalton.braff
http://www.facebook.com/menalton.braff.escritor
http://www.facebook.com/menalton.para.crianças