quinta-feira, 28 de setembro de 2017

MOTIVOS

Nesta coluna, Menalton Braff  revela as razões que o levaram a escrever cada um de seus livros.

Moça com chapéu de palha

Sempre pensei que qualquer órgão da imprensa, qualquer instrumento da mídia são dirigidos por pessoas, mesmo quando o órgão é oficial. E se são pessoas que estão por trás das matérias e notícias, sempre me pareceu evidente que é uma visão particular que se entrega ao público.

Essa discussão vinha de longe, e um amigo meu, jornalista, sempre defendeu seu jornal como sendo neutro, mas eu sabia até a orientação política do proprietário. Então, falar de imprensa livre me parecia para enganar trouxa.

Eu saía, na época, de minhas principais experiências impressionistas, e um dia, passando pela frente de um hotel me lembrei de alguém que me contou que o hotel ficava quase sempre com um ou dois
quartos ocupados, mas no fim do dia apareciam fichas de praticamente todos os quartos com hóspedes. Sem malícia, perguntei por quê.

Lavagem de dinheiro, foi a resposta.  

Foi a hora em que a história me veio à mente quase pronta. Imaginei o dono do hotel amigo de um dono de jornal. Sim, porque não se veem notícias sobre lavagem de dinheiro por aí com facilidade. O mundo dos empresários vive entrelaçado com o mundo das empresas da mídia, que eles sustentam.
Então, aproveitando minha febre impressionista, apareceu uma pintora de cavalete ao ar livre, o título, lembrando títulos impressionistas e um jornalista que supunha trabalhar em um órgão neutro da imprensa. E se dá mal.


Em 2009, a Editora Língua Geral publicou Moça com chapéu de palha. 

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