O
Casarão da Rua do Rosário, de Menalton Braff, pela Bertrand Brasil, 2012, 344
páginas
Publicado;
03/11/2012 | Autor: Valdemir Pires
Em
O Casarão da Rua do Rosário, as inexoráveis marcas do tempo sobre as coisas,
sobre as pessoas e sobre os relacionamento são pintadas por Menalton Braff com
cores de tristeza, mas com nuances que fogem ao sombrio, marcando a memória com
sabores de vitória sobre as adversidades — embora sejam, com frequência,
percebidas, a posteriori, como vitórias de Pirro.
A
ânsia de viver, que encontra acolhida para além do portão pesado do casarão
controlado pelas tias solteironas e carolas (Benvinda, a terrível; Amélia,
Ivone e Joana, as submissas), é contida, freada, cerceada pelas paredes
carregadas de falsa tradição e poder do imóvel decadente, ameaçado pelos
edifícios de um novo tempo.