O poema que segue é de minha querida amiga Cecília Figueiredo, de Ribeirão Preto.
TODOS OS AMORES CONFESSÁVEIS OU NÃO
Cecília Figueiredo
Todos os amores confessáveis são sãos,
libertos dos grilhões,
são da libélula, a liberdade da asa,
do leite, a lícita vontade,
os possuidores de qualquer razão,
houvesse ou não razão,
mas não querem a razão,
querem a vida...
Todos os amores confessáveis são busca e colisão
- parte indelével de uma anatomia híbrida
que repulsa e atrai,
que adora e rejeita,
anatomia essa
que não pensa a razão,
mas pensa a vida...
Todos os amores confessáveis são virtudes,
são da nossa consciência
a que toma mil atalhos,
e que em mil atalhos se perde,
a que conhece mil flores
e por mil flores se engana,
e ainda no engano,
esses amores confessáveis
não perseguem a razão,
perseguem a vida...
Para os amores inconfessáveis, entretanto,
os amores impossíveis, natimortos,
aqueles que desenham em nós
as únicas coisas que poderiam de nós,
o que seja, o melhor condicionante de nós,
- oh realejo tilintando o passado no futuro! -
estranhamente, absurdamente,
nada ofecerem, nada recebem,
nada dão, nada reclamam
e ficam assim, como a imagem
calamitosa e bela,
de uma trapezista que
se equilibrou na corda
suspensa no ar,
e derrepente, subitamente,
sem que houvesse pretexto ou
gesto descuidado,
despencou no trágico.
Todos os amores inconfessáveis
estão presos unicamente pelos grilhões da razão,
e no entanto, só queriam a vida,
ah, como queriam a vida!
TODOS OS AMORES CONFESSÁVEIS OU NÃO
Cecília Figueiredo
Todos os amores confessáveis são sãos,
libertos dos grilhões,
são da libélula, a liberdade da asa,
do leite, a lícita vontade,
os possuidores de qualquer razão,
houvesse ou não razão,
mas não querem a razão,
querem a vida...
Todos os amores confessáveis são busca e colisão
- parte indelével de uma anatomia híbrida
que repulsa e atrai,
que adora e rejeita,
anatomia essa
que não pensa a razão,
mas pensa a vida...
Todos os amores confessáveis são virtudes,
são da nossa consciência
a que toma mil atalhos,
e que em mil atalhos se perde,
a que conhece mil flores
e por mil flores se engana,
e ainda no engano,
esses amores confessáveis
não perseguem a razão,
perseguem a vida...
Para os amores inconfessáveis, entretanto,
os amores impossíveis, natimortos,
aqueles que desenham em nós
as únicas coisas que poderiam de nós,
o que seja, o melhor condicionante de nós,
- oh realejo tilintando o passado no futuro! -
estranhamente, absurdamente,
nada ofecerem, nada recebem,
nada dão, nada reclamam
e ficam assim, como a imagem
calamitosa e bela,
de uma trapezista que
se equilibrou na corda
suspensa no ar,
e derrepente, subitamente,
sem que houvesse pretexto ou
gesto descuidado,
despencou no trágico.
Todos os amores inconfessáveis
estão presos unicamente pelos grilhões da razão,
e no entanto, só queriam a vida,
ah, como queriam a vida!
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