(Ronaldo Cagiano)
Sim, poeta, o que eu vejo
é um beco sem saída,
nessas casas sem alvenaria moral
que tantos gemidos sussurram
e outros fantasmas habitam.
nem tentar a hemoptise
ou esperar a festa de São João
e contemplar balões
porque as almas estão poluídas
os espíritos saqueados
as mesas desérticas e sem pão
os homens perdidos e sem sono
a política e suas
inescrupulosas cachoeiras
cascateando a mentira dos séculos
Estamos sem fruto
vivendo sem futuro
nessas lixeiras a céu aberto
nesses cafés sem metafísica
coreografia de espantos.
De susto em susto
sobrevivemos aos furtos, porém
meus olhos reumáticos
não inauguram o
amanhã.
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