BRINCO-DE-PRINCESA*
(Raquel Naveira)
Sempre pensei que as princesas usassem
brincos,
Brincos enormes e leves
Como se fossem feitos de gotas de mar
Ou de sangue.
Quando menina
Gostava de uma flor chamada
“brinco-de-princesa”,
Uma papoula vermelha em forma de pendão;
Arrancava algumas pétalas
E com elas fazia unhas postiças,
Depois, pendurava uma flor em cada
orelha,
Como se fossem brincos,
Como se eu fosse uma princesa.
Por muito tempo ficava assim:
O olhar perdido no sem-fim
De mangas e sebes,
Contendo ofegante
Um segredo,
Um poço de sedução;
Exalando um perfume
Que só as mulheres e as flores têm.
*Poema da série Flores
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