É ASSIM QUE PEGA
(Cláudio Willer)1
Um hotel pode ser o navio fantasma.
Uma árvore, xamânica.
O que dizer de corpos estranhos? Estão aí, sempre.
E dos milagres da síntese?
Não, não é viajar no sentido de deslocar-se de um lugar a outro ou de estar em uma
cidade, um lago, enseada, montanha – porém do estado alucinatório que sobrevém e a
mais íntima sensação de não estar aqui e haver ido além.
Eu não morri em uma queda de avião
não me arrebentei na estrada
não me afoguei ao atravessar o rio Paranapanema cheio a nado
e aquele barco no canal de Ilhabela não virou nem foi levado pela correnteza
– acho tudo estranho, como foi possível..?
Sobram uns poemas, uma relatos de alucinações sólidas, mapeadas.
O natural é o verdadeiro sobrenatural.
Essas são as experiências willerianas: simples, reais e sedutoramente surreais.
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