terça-feira, 3 de setembro de 2019

INSTINTO DE NACIONALIDADE

Por considerar que o texto "O Instinto de Nacionalidade – Notícia da atual literatura brasileira", de Machado de Assis, é fundamental para a formação de todo escritor, Menalton Braff decidiu publicá-lo aqui no blog.

Com o fim de facilitar a leitura, dividimos o texto em pequenos fragmentos que postamos às terças-feiras. 

Hoje chegamos ao décimo segundo fragmento.  Quem perdeu os onze primeiros pode recuperá-los a seguir:


FRAGMENTO 12

Isento por esse lado o romance brasileiro, não menos o está de tendências políticas, e geralmente de todas as questões sociais, — o que não digo por fazer elogio, nem ainda censura, mas unicamente para atestar o fato. Esta casta de obras conserva-se aqui no puro domínio de imaginação, desinteressada dos problemas do dia e do século, alheia às crises sociais e filosóficas. Seus principais elementos são, como disse, a pintura dos costumes, a luta
das paixões, os quadros da natureza, alguma vez o estudo dos sentimentos e dos caracteres;
com esses elementos, que são fecundíssimos, possuímos já uma galeria numerosa e a muitos
respeitos notável. No gênero dos contos, à maneira de Henri Murger, ou à de Trueba, ou à de
Ch. Dickens, que tão diversos são entre si, têm havido tentativas mais ou menos felizes, porém
raras, cumprindo citar, entre outros, o nome do Sr. Luís Guimarães Júnior, igualmente
folhetinista elegante e jovial. É gênero difícil, a despeito da sua aparente facilidade, e creio que
essa mesma aparência lhe faz mal, afastando-se dele os escritores, e não lhe dando, penso eu,
o público toda a atenção de que ele é muitas vezes credor. P12

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