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sábado, 9 de junho de 2012

A ESPERANÇA POR UM FIO (fragmento)

A PRIMEIRA VISITA

Pág. 41 - "Então ela abriu a porta e nós entramos. Meia-dúzia de camas, um silêncio de cemitério. Não olhei direito pras outras camas, porque de longe adivinhei qual era meu pai. Mesmo quem estava de olhos abertos parecia estas só esperando a hora de morrer. Comecei a suar. Eu não queria, mas suava muito. Cheguei bem perto de meu pai  - queria ter derteza de que ele estava vivo, de que aquilo tudo não era uma encenação para enganar a gente. Eu precisava dessa certeza pra continuar tendo esperança. Acho que fiquei muito pálido, porque a enfermeira me olhou, preocupada. Senti que ele estava vivo. Mal senti. Mas aqueles tubos, sondas, o fio ligado àquela máquina da respiração, tudo aquilo, a imobilidade dele, seus olhos fechados, suas inconsciência, sua impotência, meu Deus, que coisa terrível, tanto tempo um homem forte como ele inteiramente entregue à vontade de estranhos, entregue à sorte. Um acidente qualquer e ele parava de respirar. Para sempre."

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A ESPERANÇA POR UM FIO (Fragmento)

O CONFORTO CHEGA PELO FIO

- Mari, eu morro de medo. Meu velho é tudo que eu tenho na vida. É como se eu fosse um galho dele, que saí dele. Só isso. Se ele ...
A ideia, plantada na minha cabeça há uma semana, toma forma quando tento transformar em palavras. Não resisto e caio num choro que dói na caixa do peito, que me faz babar no telefone e que não me permite continuar.
- Artur?!
Não consigo nem ao menos responder.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A ESPERANÇA POR UM FIO (3)

OS DESENCONTROS

Pág. 30 - "Faço um pequeno esforço para encará-la, na tentativa de descobrir sua reação ao que acabo de dizer. Estica o lábio inferior, ergue a sobrancelha, sem outra escolha, quase convencida por meu argumento.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A ESPERANÇA POR UM FIO (FRAGMENTO 2)

MORRENDO DE SAUDADE

Págs. 16 e 17 - "Fiquei sabendo de algumas coisas no hospital. Não sei se devo ficar apavorado com o que ouvi ou se é razão para ter esperanças.
Quando chegamos hoje cedo ao hospital, o médico chamou minha mãe até sua sala e dessa vez não dei bobeira: me mandei atrás.
Depois de uma porção de rodeios, ele ali, com aquela conversa sobre meu pai, levantou-se e ficou de pé bem na nossa frente. Antes de falar, no entanto, ele parecia um pouco atrapalhado com a minha presença. Olhava pra mim, então olhava pra mim mãe, como quem diz e daí, o garotão não é muito criança pra ouvir conversa de gente grande? Minha mãe não se tocava, por isso eu mesmo que pedi:

terça-feira, 17 de abril de 2012

A ESPERANÇA POR UM FIO - FRAGMENTO 1


Faz mais de duas horas que estou aqui sentado, nesta sala abafada e deserta. Sem movimento algum, parado em mim, embrutecido, com esta minha cara de palerma me latejando. Desde hoje cedo submergi num pesadelo de que não consigo acordar. Faz mais de duas horas que respiro este ar insuportável que me arranha a pele e o esôfago, com aquela raiva doentia que só medra em recintos de horror. A mancha de sol que encontrei estatelada aí ao lado da mesinha  já se arrastou pelos tacos do assoalho e escalou a parede, sumiu. Eu sinto que a sala me estranha, cheia de hostilidade, mas não consigo sair daqui.

- Esteja preparado, Artur, seu pai está muito mal. Amanhã vamos saber melhor qual o verdadeiro estado dele.