terça-feira, 1 de outubro de 2019

INSTINTO DE NACIONALIDADE

O texto "O Instinto de Nacionalidade – Notícia da atual literatura brasileira", de Machado de Assis, está sendo postado aqui no blog desde o dia 18 de junho. 

Menalton decidiu fazer a  publicação por considerar esse livro fundamental para a formação dos escritores. A divisão em fragmentos visa facilitar a absorção do conteúdo.

Caso você tenha perdido os fragmentos anteriores, não se preocupe. A seguir estão os links de acesso cada um deles para que você possa recuperá-los facilmente.

Fragmento 1  Fragmento 2  Fragmento 3  Fragmento 4 Fragmento 5  Fragmento 6  Fragmento 7  Fragmento 8 Fragmento 9  Fragmento 10  Fragmento 11  Fragmento 12  Fragmento 13  
Fragmento 14  Fragmento 15


FRAGMENTO 16

O condor que rompe dos Andes, o pampeiro que varre os campos do Sul, os grandes rios, a mata virgem com todas as suas magnificências de vegetação, — não há dúvida que são painéis que desafiam o estro, mas, por isso mesmo que são grandes, devem ser trazidos com oportunidade e expressos com simplicidade. Ambas essas condições faltam à poesia contemporânea, e não é que escasseiem modelos, que aí estão, para só citar três nomes, os versos de Bernardo Guimarães, Varela e Álvares de Azevedo. Um único exemplo bastará para mostrar que a oportunidade e a simplicidade são cabais para reproduzir uma grande imagem ou exprimir uma grande idéia. N'Os Timbiras, há uma passagem em que o velho Ogib ouve censurarem-lhe o filho, porque se afasta dos outros guerreiros e vive só. A fala do ancião começa com estes primorosos versos:

São torpes os anuns, que em bandos folgam,
São maus os caititus que em varas pascem:
Somente o sabiá geme sozinho,
E sozinho o condor aos céus remonta.

Nada mais oportuno nem mais singelo do que isto. P16

Nenhum comentário:

Postar um comentário

http://twitter.com/Menalton_Braff
http://menalton.com.br
http://www.facebook.com/menalton.braff
http://www.facebook.com/menalton.braff.escritor
http://www.facebook.com/menalton.para.crianças